quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Quem é que mata criancinhas?

 

Ex-aluna de Monica Serra não recua

Desmentida por José Serra, Sheila reafirma que mulher dele fez aborto

POR CHRISTINA NASCIMENTO
Santa Catarina - A coreógrafa Sheila Canevacci Ribeiro, 38 anos, ex-aluna de Monica Serra no curso de Dança na Unicamp, em Campinas (SP), ficou impressionada com a repercussão que seu relato no Facebook atingiu e reagiu contra nota oficial da campanha de José Serra a desmentindo ao afirmar que a esposa dele “nunca fez um aborto”. Sheila conversou com O DIA sobre sua declaração na rede social.

“Reafirmo cada palavra. Só fiz um relato de uma pessoa que percebeu uma incongruência e fez uma reflexão”, disse Sheila, que publicou o testemunho na Internet depois de ver Serra se esquivando do assunto aborto no debate da Band (no dia 10 de outubro).

"Se uma pessoa foi vítima da ditadura, e por aquela circunstância teve que fazer aborto, se ela acha que aborto é crime, ela está se incriminando".

Procurada ontem pela equipe de O DIA para comentar o testemunho de Sheila, a assessoria de Serra não retornou as ligações.

O DIA: Você imaginou que seu texto poderia virar um fenômeno na internet?

Sheila Canevacci: Eu coloquei numa rede social que qualquer um podia ler. Coloquei na minha página, no facebook, com a consciência de que é uma rede social pública. E a beleza da internet é que é uma coisa pública. Agora, não é uma carta. É o relato de uma pessoa que tem uma experiência com uma professora, uma experiência bonita, inclusive. A minha experiência com a Mônica Serra, enquanto professora, foi uma experiência muito bonita, porque  acho que a beleza da universidade é que as pessoas podem falar das coisas, falar de tudo, falar deste empanado que estou comendo, do exílio, do aborto, de uma pessoa bonitinha, gatinha ou não, qualquer coisa.

Eu respeito fundamentalmente os professores. Eu acho que a profissão mais linda que possa existir no mundo é a profissão de professor. E, neste sentido, eu respeito muito a Mônica Serra. Ela foi uma professora ótima, normal, tranquila. E eu sempre gostei muito dela. Inclusive quando ela relatou essa experiência terrível para ela, era dentro desse contexto da ditadura militar.

Atenção, gente! Em nenhum momento estou nesta coisa de denúncia. Tem muita gente que fala: 'você está revelando os podres da Mônica Serra'. Só que eu não acho que uma pessoa que seja vítima da ditadura, e que tenha tido que sofrer, tenha um podre. Pelo contrário, tem que ser acolhida. A Mônica Serra e, qualquer outra mulher que tenha passado pela experiência dolorosa do aborto, devem ser acolhidas pelo Estado. Depois, se uma pessoa é religiosa e acha que o aborto é crime perante Deus, isso é outro discurso, outro assunto.

O DIA: Então, o testemunho dela na sala de aula te marcou muito?

SC:Esse assunto da Mônica Serra não me marcou nada. Marcou zero. Marcou na época, durante um mês. Porque a professora fala uma coisa e você tem aula na próxima semana, fica um climão e depois você esquece. O que me marcou é que eu não estava acompanhando o segundo turno da eleição, não estava acompanhando baixaria, ataque de ninguém. Primeiro, porque  assisto poquíssima televisão. Estou fazendo doutorado (Semiótica e Comunicação - PUC/SP) e estudo pra caramba. Estou sempre lendo, estou sempre viajando. Então, não estava acompanhando polêmica de aborto, de nada. Eu não estava acompanhando segundo turno da eleição. E ai decidi assistir esse debate. Estou lá, de piajama, assistindo meu debate, feliz e contente, quando ouço a Dilma falar disso.

E a minha primeiríssima reação, e acho importantantíssimo falar, foi: "Ué! Como a Mônica Serra falaria isso?" Será que ela faria isso? Ela já fez um aborto". Voltei lá na minha memória do passado e falei assim: 'seria impossível. Estranho. A Mônica Serra nunca falaria isso, porque ela já teve que fazer um aborto'. Para mim, seria inconcebível, não batia, não dava liga, porque pensei assim: "Se uma pessoa foi vítima da ditadura, e por aquela circunstância teve que fazer aborto, se ela acha que aborto é crime, ela está se incriminando'.

Então, ela acha que tem que ser presa. Não faz sentindo. Entendeu? Por isso escrevi "Respeitamos a dor de Mônica Serra". Depois, fiquei mais empolgada com essa história de aborto e fui ler que a Benedita da Silva, no governdo de Fernando Henrique, era contra o aborto e a discriminalização do aborto e que, quando atacaram a Eva Blay, que era feminista, a Benedita da Silva, para proteger a Eva Blay, pegou o microfone e falou que fez um aborto.

Para mim, é assim: quando uma mulher que é militante contra a discriminalização do aborto, ela mesmo está fazendo um aborto, então, ela mesma está se incriminando. Isso também é falta de cidadania. Porque todo o discurso que fala assim: "existem milhares de mulheres pobres tomando veneno de rato, citotec, agulha de tricô....É verdade" É verdade essas mulheres estão morrendo e a Mônica Serra ou qualquer pessoa pública tem que ter uma responsabilidade ética em relação a isso. Porém, não são só as mulheres pobres que estão morrendo.

As mulheres que têm poder aquisitivo alto, decente, e as mulheres ricas que podem se permitir pagar uma clínica clandestina, elas também estão morrendo. Sabe por quê? Porque o corpo não é só o corpo físico, não é só o sangramento que te leva a morte.Você não poder se sentir uma cidadã completa ao ser acusada de crime, de deliquência, num momento díficil da sua vida. Isso  também é morrer, morrer espirtitualmente, psicologicamente e morrer principalmente como cidadão. Porque no momento mais díficil da sua vida, quando você tem que ser acolhida pelo seu Estado, você é considerada criminosa.

O DIA: Você ficou chocada com a repercussão?

SC: Primeiro de tudo. Acho que não estou nem entendendo o que está acontecendo. Mas o que me choca mais como brasileira e canadense, é que eu me sinto dividida. Como candanense, acho normal o cidadão falar sobre as coisas e dialogar sobre as coisas. Também porque no Canadá o aborto é legalizado. Acho que o brasileiro deveria aprender com outros países os motivos, ao invés de ficar conversando é isso, aquilo, porque já conversaram tanto. Já dá para aprender com quem estudou.

Do lado do Brasil, o que me chocou mais é que o simples fato de eu me posicionar, perante um debate, me fez descobrir que o brasileiro não tem cidadania, em geral, porque é como se a gente vivesse ainda não ditadura militar, na repressão, porque o pessoal tem medo de falar, tem medo de revelar o nome. Então,assim,  quem tem medo de falar, revelar o nome, tem medo de morrer, tem medo de desaparecer, tem medo de ser torturado. Acho que no imaginário do brasileiro a ditadura militar e a repressão ainda são muito fortes. Isso foi o que mais me chocou. O resto... que sou fake, que ganhei dinheiro, que sou de um partido ou de outro, acho mais ou menos normal, porque a informação está na Internet. E a Internet é tudo e o contrário de tudo. E ai cada um com seus recurzinhos vai fazendo o que dá para entender.

O DIA: E porque o rebuliço em torno da sua declaração?

SC: Chocou tanto aos brasileiros que as pessoas que são petistas ficavam me acusando, num primeiro momento, que eu era armação do PSDB. E as pessoas do PSDB ficaram falando que eu era da campanha suja de boatos do PT. Então, acho isso muito interessante porque as pessoas não botam fé, não acreditam, que uma simples cidadã possa se manifestar porque viu um debate.

Um debate que tinha duas coisas em jogo: as eleições e a questão do aborto, que veio dentro do próprio debate. Achei isso muito interessante, porque outras coisas as pessoas falavam para mim é que eu ganhei dinheiro para fazer isso. E ai, não sei nem se dá vontade de rir ou de chorar, mas eu comecei a brincar com meus amigos e falar que não ganhei, mas deveria ganhar. Sabe de quem? Do governo federal. Sabe por quê? Porque pela minha espontaneidade e com a maneira de fazer política cidadã no cotidiano, tranquilamente, fiz uma educação nacional do que é praticar a cidadania. Fiz um programa de educação da cidadania, rapidinho, em três dias.

O marido de Sheila, Massimo Canevacci, também falou com a reportagem sobre o caso

“Isso chocou tanto os brasileiros que os petistas me acusam de ser uma armação do PSDB e as pessoas do PSDB ficam falando que eu sou da campanha suja de boatos do PT. Acho isso muito interessante porque as pessoas não botam fé, não acreditam que uma simples cidadã possa se manifestar porque viu um debate”, afirmou. “Também achei interessante porque me procuraram para falar que ganhei dinheiro. Não sei se dá vontade de rir ou de chorar, mas comecei a brincar com meus amigos e falar que não ganhei, mas deveria ganhar. Sabe de quem? Do governo federal. Sabe por quê? Pela minha espontaneidade e com a maneira de fazer política cidadã no cotidiano tranquilamente. Fiz uma educação nacional do que é praticar a cidadania”, completou Sheila, que é filha de socióloga, foi aluna da mulher de Serra em 1992 e é casada com o respeitado antropólogo Mássimo Canevacci.
'É muito fácil declarar alguns valores que o mundo acha corretos'
Professor da Universidade La Sapienza, em Roma, e docente convidado da Federal de Santa Catarina, o antropólogo Massimo Canevacci, pensador reconhecido internacionalmente, conversou com O DIA sobre as repercussões da revelação feita por sua mulher. Leia abaixo a íntegra da entrevista:
O DIA: Professor, porque o susto das pessoas, ao ponto de falarem sobre mudança de rumo eleitoral, com as declarações da sua esposa?

Massimo Canevacci: Em primeiro lugar, acho que o tipo de política tradicional, que você pode  dizer até conservadora, tem uma diferença fundamental entre os valores declarados e os valores praticados. Essa dicotomia, que é baseada sob uma  forma política, que crer e reproduz um sistema de hipocrisia, porque é muito fácil declarar alguns valores que mais ou menos todo mundo (ou  uma parte do mundo e do Brasil) acha correto, depois fazer exatamento o contrário.

Essa maneira que é um clássico do estudo da Antropologia (a diferença entre valores declarados e valores praticados), acho que é o elemento que criou a revolta da Sheila. A gente estava escutando muito  tranquilamente a programação televisiva, que era uma pouco violenta, que não era muito interessante, ou era interessante porque tinha um pouco mais de agressividade, quando a Dilma fez pergunta a Serra que a mulher dele, a Mônica Serra, falou que ela era uma mulher que queria matar criancinha, a Sheila abriu o corpo inteiro: olho, orelha, boca. Sheila ficou em silêncio, não falou nada. No dia seguinte (segunda-feira), acordou, escreveu essas coisas no Facebook.

Eu, pessoalmente, me solidarizei totalmente com ela, porque acho que esse tipo de história dela (de uma mulher que foi aluna da Mônica Serra) e, num momento muito importante da universidade, seja para Sheila, mas também para Mônica, porque ela é uma ótima professora. Então, ela ficou muito triste e desmoralizada ouvindo que a sua professora falava  uma coisa e, num momento fundamental para a política do Brasil, e também  pela ética do Brasil, pelos valores que unificam este país, ela fez exatamente o contrário.

O DIA: Quando o relato veio à tona,na internet, a discussão não era se a Mônica Serra fez ou não o aborto, mas se a Sheila existia. Por que a preocuapação das pessoas era exatamente essa?

MC: Ótima pergunta e que tem diferente níveis de resposta. Vou fazer, primeiramente, um discurso mais sociológico. É que tem  uma diferença  fundamental de papel. O papel de Mônica Serra é um papel bem determinado, conhecido socialmente. O papel da Sheila é desconhecido socialmente. Então, esse tipo de verticalização cria uma posição de poder onde um lado é  aceitado, certo, verdadeiro.

E outro é falso, inexiste, é um tipo de luta midiática. Então, essa é a primeira explicação sociológica, mas que não acho fundamental. O que está acontecendo agora, no Brasil, mas não somente no Brasil, mas no mundo inteiro, é que a comunicação digital, o networking, tem sempre mais um poder de criar um novo tipo de informação. A nova informação dessa networking, tipo Facebook, Twitter, blog e etc, é muito  mais horizontal. Então, esse tipo de horizontalização da comunicação, isto é, a comunicação digital, está virando sempre mais determinante também para  fazer política.

Eu acho que esse lado é um pouco atrasado do ponto de vista comunicacional, porque era muito fácil descobrir que a Sheila era verdadeira. Só que ao iniciar fazer esse tipo de questionamento, de  problematização sobre a identidade, é um tipo de pessoa que não consegue entender que esse networking, que é a comunicação digital, pode ser sempre  mais forte. Então, sendo mais forte, a maneira, vamos dizer um pouco conservadora, de responder é "ela não existe". Não somente não existe Sheila. Não existe a Network, não existe um tipo de comunicação digital que pode ser muito mais horizontal. Eu que decidi, para mim a decisão foi na  hora, eu escrevi (num blog que fazia críticas): eu declaro que Sheila  existe e que ela é minha esposa. Para mim, é uma coisa muito louca, mas  funcionou. Funcionou porque muitos livros meus são traduzidos no Brasil e  algumas pessoas me conhecem, então, ela não é somente Sheila Ribeiro. Ela é Sheila Canevacci Ribeiro.

O DIA: Então, essa discussão se ela é fake ou não, é o reflexo de que vivemos numa sociedade hipócrita, que gosta de jogar a sujeira debaixo do tapete?

MC: Em parte, este tipo de sociedade que é hipócrita, é hipócrita e atrasada. Porque não entende que o Network tem uma maneira, uma ética de comunicação  que é muito facilmente verificável. Então, essa mistura de hipocrisia, atraso e dificuldade de entender o novo, não olhar a cultura digital,  causou esse problema da identidade dela (Sheila), que é uma maneira muito  banal de ofender Sheila. De dizer: "Você  não existe. Você precisa mostrar que você existe. Preciso da sua carteira de identidade. Da sua fotografia. Mas a fotografia pode ser falsa!". Então, como se enfrenta essa situação? É  uma coisa interessante da relação entre Ciências Sociais e a nova forma da política.

O DIA: Mas se a Sheila tivesse feito este mesmo relato e no lugar de Mônica Serra, tivesse falado que a Dilma fez um aborto, a imprensa ficaria tão preocupada com a confirmação da identidade dela?

MC: Você está brincando! Em alguns jornais, teria aparecido em primeira página, dizendo: "A Sheila, nossa cidadã, linda, maravilhosa, descobriu que a  rainha é nua, que a verdade é que  Dilma causou um aborto". Ela seria, na hora, reconhecida, na hora, na hora. Porque cada posicioanamento da impensa é causado de desnívis. O desnível principal era: Sheila desconhecida, Serra está do nosso lado. É a relação clássic a: amigo x inimigo, que é um clássico das ciências politicas. Então, a primeira página, tenho convencimento extremo, que viria com a fotografia da Sheila, dizendo: "Ela é a heróina da nossa  democracia".

O DIA: Por que o brasileiro tem tanta dificuldade em ser autêntico quando o assunto é polêmico?


MC: Isso é um pouco complexo. Acho que a beleza do Brasil, porque para mim a  beleza do Brasil é que o brasileiro tem uma identidade, uma cultura, uma subjetividade muito mais fluida, muito mais cruzada que outros países. Então, essa beleza do Brasil, que tem uma identidade mais flexível, mais multipla, mais fluída do que em outros países, cria no brasileiro um outro  problema: é como se a beleza da liberdade que cria identidade a identidade múltipla, fluida, pode apavorar um pouco. Pode desejar uma única identidade clara, certa, única, homogênea. 

E tudo isso pode criar um tipo de insegurança pela qual, se questiona: "Será que a identidade da Sheila é verdadeira?" Mas também será que minha identidade é verdadeira? Quem sou eu? Porque eu não a identidade, como, sei lá, na Europa, vamos dizer assim. Mas isso não é verdade. Isso é uma fantasia, porque o Brasil é muito mais na frente na Europa na questão da identidade.




Aos indecisos...

Serve e muito, para os que já decidiram também:
De MobizaçãoBR - @mobilizacaobr

Esta mensagem é dedicada a você, eleitor consciente e crítico, cujo voto é fundamentado em argumentos, que ainda está indeciso.

Ela é dividida em tópicos para facilitar: você pode ir direto onde lhe interessa.

Tudo o que será exposto nesta mensagem terá dados e respectivas fontes (clique nos links), diferentemente de tantos spams eleitorais e correntes apócrifas que surgem por aí.

Se você discordar de algo - o que é perfeitamente legítimo - o debate poderá se dar em cima de evidências, em vez de boatos e achismos.

Os argumentos defendidos são:

Tópico 1: Não é verdade que houve "aparelhamento da máquina administrativa" na Era Lula;

Tópico 2: Não é verdade que "houve mais corrupção no governo Lula"; pelo contrário, os últimos 8 anos foram marcados por um combate inédito a esse mal;

Tópico 3: Não é verdade que "a economia foi bem no governo Lula só porque este não mudou a política econômica de FHC";

Tópico 4: Não é verdade que o governo Lula "enfraqueceu as instituições democráticas"; pelo contrário, hoje elas são muito mais vibrantes e sólidas;

Tópico 5: A campanha de José Serra é baseada nas fanáticas campanhas da direita norte-americana, daí o perigo de referendá-la com seu voto.
Boa leitura e boa reflexão: e um desejo para que a campanha, doravante, seja marcada pelo debate de projetos de país, propostas concretas e dados, não por calúnias, boatos e achismos.

Tópico 1: Não é verdade que houve "aparelhamento da máquina administrativa" na Era Lula;
Você já deve ter ouvido por aí, tantas vezes, que o PT e o governo Lula "aparelharam o Estado", usando dos cargos em comissão para empregar amigos, apaniguados e militantes, certo?

Pois bem, então lhe perguntamos: quantos são esses cargos em comissão no Poder Executivo federal? São 200 mil, 80 mil, 20 mil? Você faz ideia de qual é esse número preciso?

Primeiramente, acesse este documento aqui: o Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento, última edição, de julho deste ano.

Vejamos: na página 33, você pode ver que há hoje, no Executivo federal, um total de 570 mil servidores civis na ativa.

Os ocupantes de DAS (cargos de direção e assessoramento superior) são 21,6 mil (página 107).

Porém, os de recrutamento amplo, ou seja, aqueles que foram nomeados sem concurso, sem vínculo prévio com a administração, são quase 6 mil (página 109), ou pouco mais de 1% do total de servidores civis. Se você considerar apenas os cargos que são efetivamente de chefia (DAS 4, 5 e 6), não chegam a mil e quinhentos.

Parece bem menos do que se diz por aí, não é mesmo? Agora vamos lá: para que servem esses cargos? Não custa dizer o óbvio: em democracias contemporâneas, o grupo que ganha o poder via eleições imprime ao Estado as suas orientações políticas. Em alguns países, o número de comissionados é maior (caso dos EUA); em outros, menor (como na Inglaterra). É natural que seja assim.

O que dizem os estudos internacionais sérios sobre a máquina administrativa brasileira? Vá aqui e baixe um estudo da OCDE sobre o tema. No Sumário Executivo, você verá que o Brasil não tem servidores públicos em excesso, embora o contingente de servidores esteja em expansão e ficando mais caro; que há necessidade de servidores sim, para atender às crescentes demandas sociais; que uma boa gestão de RH é essencial para que isso se concretize; e que o governo federal deve ser elogiado pelos seus esforços em construir um funcionalismo pautado pelo mérito.

Vamos então falar de meritocracia? O que importa é que o governo Lula perseguiu uma política de realização de concursos e de valorização do servidor público concursado sem precedentes. Basicamente, com os novos concursos, a força de trabalho no serviço público federal retomou o mesmo patamar quantitativo de 1997. A maior parte dos cargos criados pelo PT, porém, foi para a área de educação: para as universidades e institutos técnicos já existentes ou que foram criados. Volte no Boletim Estatístico e veja a página 90, sobre as nov as contratações em educação. Houve muitos concursos para Polícia Federal e advocacia pública, além de outras áreas essenciais para o bom funcionamento do Estado.

O governo Lula regulamentou os concursos na área federal (veja os arts.10 a 19 deste Decreto), recompôs as carreiras do ciclo de gestão, dotou as agências reguladoras de técnicos concursados (veja a página 92 do Boletim Estatístico), sendo que nos tempos de Fernando Henrique, elas estavam ocupadas por servidores ilegalmente nomeados.

E então? você ainda acha que houve inchaço da máquina pública? Dê uma olhada nos dados deste estudo aqui.

E os tucanos, que alegam serem exímios na gestão pública? O que têm para mostrar?

Nos tempos de FHC, o contingenciamento levou à sistemática não realização de concursos. Para atender às demandas de serviço, a Esplanada nos Ministérios se encheu de terceirizados, temporários e contratados via organismos internacionais, de forma ilegal e irregular. Eram dezenas de milhares deles. Em 2002, apenas 30 servidores efetivos foram nomeados! O governo Lula teve de reverter isso, daí a realização de tantos concursos públicos.

Você sabia? O Estado de São Paulo, governado por José Serra, tem proporcionalmente mais ocupantes de cargos em comissão por habitante do que o governo federal.

E os técnicos, concursados, como são tratados por lá? Bem, eles não estão muito felizes com o Serra não.

Talvez porque as práticas que o PSDB mais condena no governo federal sejam justamente aquelas que eles praticam no governo estadual...



Tópico 2: Não é verdade que "houve mais corrupção no governo Lula do que no FHC"; pelo contrário, os últimos 8 anos foram marcados por um combate inédito a esse mal;

Muitos eleitores revelam a sua insatisfação com o governo Lula enumerando casos como o mensalão, as sanguessugas, Erenice Guerra, Waldomiro Diniz, Correios. Porém, uma memória que não seja curta pode se lembrar de casos como SUDAM, SUDENE, Anões do Orçamento, mensalão da reeleição, SIVAM, etc, para ponderar que mais do que exclusividade deste ou daquele governo, escândalos de corrupção são um mal da nossa cultura política.

Cientistas sociais sabem que é muito difícil "medir" a corrupção. Como a maior parte dela nunca vem à tona, não chega a ser descoberta, noticiada e investigada, nunca se tem uma noção clara do quanto um governo é realmente corrupto. O que importa, então, é o que um governo faz para combater essa corrupção. E nisso, o governo Lula fica muito bem na fita.

Vamos começar pela Polícia Federal. Logo no início do governo, foi feita uma limpeza no órgão (até a revista Veja chegou a publicar uma elogiosa reportagem de capa). Desde então, foram realizados uma série de megaoperações contra corruptos, traficantes de drogas, máfias de lavagem de dinheiro, criminosos da Internet e do colarinho branco (veja uma relação dessas operações aqui). Só em 2009, foram 281 operações e 2,6 mil presos. Desde 2003, foram quase dois mil servidores públicos corruptos presos. Quem compara os números não pode negar que a PF de FHC não agia, e que a PF de Lula tem uma atuação exemplar.

E a Controladoria-Geral da União? Inicialmente, FHC criou a tímida Corregedoria-Geral da União. Foi Lula que, a partir de 2003, realizou concursos públicos para o órgão e expandiu sua atuação. Hoje, a CGU é peça-chave no combate à corrupção. Graças ao seu trabalho, quase 3 mil servidores corruptos já foram expulsos. A CGU contribuiu no combate ao nepotismo e zela pelo emprego das verbas federais via sorteios de fiscalização. E o Portal da Transparência, você conhece? Aquele "escândalo" do mau uso dos cartões corporativos só apareceu na imprensa porque todos os gastos das autoridades estavam acessíveis a um clique do mouse na Internet.

Vamos ficar nesses casos, mas poderíamos citar muitos outros: o fortalecimento do TCU como órgão de controle, um Procurador-Geral da República que não tem medo de peitar o governo (o do FHC era chamado de "engavetador-geral da República", lembra-se?), o Decreto contra o nepotismo no Executivo Federal. Numa expressão, foi o governo Lula quem "abriu a tampa do esgoto".

Se uma pessoa acreditar menos numa mídia que é claramente parcial, e mais nas evidências, a frase "o governo Lula foi o mais republicano da nossa história" deixará de parecer absurda. Que tal abrir a cabeça para isso?


Tópico 3: Não é verdade que "a economia foi bem no governo Lula só porque este não mudou a política econômica de FHC";
Quando se fala em política macroeconômica implantada por FHC, refere-se geralmente ao tripé câmbio flutuante, regime de metas de inflação e superávit primário. Vamos poupar o leitor do economês: basicamente, o preço do real em relação ao dólar não é fixo, flutuando livremente; o Banco Central administra os juros para manter a inflação dentro de um patamar; e busca-se bons resultados nas transações com o exterior para pagar as contas do governo.

Nem sempre foi assim, nem mesmo no governo FHC: até 1998, o câmbio era fixo. Todo mundo se lembra que, em janeiro de 1999, o dólar, que valia pouco mais de um real, valorizou subitamente para quatro reais. Talvez não se lembre que isso ocorreu porque FHC tinha mantido artificialmente o câmbio fixo durante 1998, para ganhar a sua reeleição - que teve um custo altíssimo para o país - e logo depois, vitorioso, mudou o regime cambial (no que ficou conhecido como "populismo cambial"). O regime de metas de inflação foi adotado só depois disso. Ou seja, FHC não só não adotou uma mesma política macroeconômica o tempo em que esteve no Planalto, como também deu um "cavalo-de-pau" na economia, que jogou o Brasil nos braços do FMI, para ser reeleito.

Que política macroeconômica de FHC então é essa, tão "genial", que o Lula teria mantido? A estabilidade foi mantida, sim, e a implementação do Plano Real pode ser atribuída ao governo FHC (embora Itamar Franco, hoje apoiador de Serra, discorde disso).

Mas Lula fez muito mais do que isso. A inflação não voltou: as taxas de inflação foram mantidas, entre 2003 e 2008, num patamar inferior ao do governo anterior. E com uma diferença: a estagnação econômica foi substituída por taxas de crescimento econômico bem maiores, com redução da dívida pública.

A alta do preço das commodities no mercado externo favoreceu esse quadro (reduzindo a inflação de custos), mas não foi tudo. O crescimento da economia também foi favorecido pelo crescente acesso ao crédito: em 2003, foi criado o crédito consignado, para o consumo de massa de pessoas físicas - e deu certo, puxando o crescimento do PIB ; o BNDES se tornou um agente importantíssimo na concessão de crédito de longo prazo (veja esta tabela), induzindo outros bancos a paulatinamente fazerem o mesmo.

Os aumentos reais do salário mínimo e os benefícios do Bolsa Família foram decisivos para uma queda da desigualdade social igual não se via há mais de 40 anos: foi a ascensão da classe C.

Isso tudo é inovação em relação à política econômica de FHC.

E quando bateu a crise? Aí o governo Lula foi exemplar. Ao aumentar as reservas em dólar desde o princípio do governo, dotou o país de um colchão de resistência essencial. Os aumentos reais do salário mínimo e o bolsa família possibilitaram que o consumo não se retraísse e a economia não parasse - o mercado interno segurou as pontas enquanto a crise batia lá fora. E, seguindo o receituário keynesiano - num momento em que os economistas tucanos sugeriam o contrário - aumentou os gastos do governo como forma de conter o ciclo de crise. Deu certo. E a receita do nosso país virou motivo de admiração lá fora.

No meio da pior crise global desde a de 1929, o Brasil conseguiu criar milhões de empregos formais. Provamos que é possível crescer, num momento de crise, respeitando direitos trabalhistas, sendo que a agenda do PSDB era flexibilizá-los para, supostamente, crescer.

Você ainda acha que tucanos são ótimos de economia e petistas são meros imitões?

Então vamos ao argumento mais poderoso: imagens valem como mil palavras.

Dedique alguns minutos a este vídeo, e depois veja se você estaria feliz se Serra fosse presidente quando a crise de 2008/2009 tomou o Brasil de assalto.

Se você tem mais interesse nessa discussão, baixe este documento aqui e veja como andam os indicadores econômicos do Brasil neste período de crescimento, inflação baixa e geração de empregos.



Tópico 4: Não é verdade que o governo Lula "enfraqueceu as instituições democráticas"; pelo contrário, hoje elas são muito mais vibrantes e sólidas;
Mostramos no tópico 2 que os órgãos de controle e combate à corrupção se fortaleceram no governo Lula. Além deles, os outros Poderes continuaram sendo independentes do Executivo. O Legislativo não deixou de ser espaço de oposição ao governo (que Arthur Virgílio não me deixe mentir), e lhe impôs ao menos uma derrota importante. O Judiciário... bem, além de impor ao governo derrotas, como no caso da Lei de Anistia, está no momento julgando o caso do mensalão, o que dispensa maiores comentários.

E a imprensa? Ela foi silenciada, calada, em algum momento? Uma imagem vale por mil palavras - clique aqui.

O que se vê, na verdade, é o oposto. Foi o Estadão, que se diz guardião da liberdade, quem censurou uma articulista por escrever este texto, favorável ao voto em Dilma.

Neste vídeo, uma discussão sobre as verdadeiras ameaças à liberdade de expressão.

Sobre democracia, é impossível não abordar um tema que foi tratado à exaustão neste ano de 2010: o terceiro Plano Nacional dos Direitos Humanos, PNDH-3.

Muito se escreveu sobre seu caráter "autoritário", sobre a "ameaça" que ele representaria à democracia. Pouco se escreveu sobre o fato de ele ser não uma lei, mas um Decreto do Poder Executivo, incapaz, portanto, de gerar obrigações em relação a terceiros. Não se falou que se tratava de uma compilação de futuros projetos de governo, que teriam que passar pelo crivo do Poder Legislativo. Não foi mencionado que ele não partiu do governo, mas de uma Conferência Nacional, que reuniu os setores da sociedade civil ligados ao tema. E pior, a imprensa deliberadamente omitiu que seus pontos polêmicos já estavam presentes nos Planos de Direitos Humanos lançados no governo FHC.

Duvida? Leia este texto e este aqui. Ou ainda, veja com seus próprios olhos: neste link, os três PNDH's.

Olha lá, por exemplo, a temática do aborto no PNDH-2, de 2002 (itens 179 e 334).

Por fim: você realmente acha que um governo que traz a sociedade civil para discutir em Conferências Nacionais, para, a partir delas, formular políticas públicas, é antidemocrático? Pense nisso.



Tópico 5: A campanha de José Serra é baseada nas fanáticas campanhas da direita norte-americana, daí o perigo de referendá-la com seu voto.
Quem acompanhou as eleições de 2004 e 2008 para a Presidência dos Estados Unidos sabe quais golpes baixos o Partido Republicano - aquele mesmo, conservador, belicista, ultrarreligioso - utilizou para tentar desqualificar os candidatos do Partido Democrata. Em 2004, John Kerry foi pintado como o "flip flop", o "duas caras". Em 2008, lançaram-se dúvidas sobre a origem de Obama: questionaram se ele era mesmo americano, ou se era muçulmano, etc. Em comum, uma campanha marcada pelo ódio, pela boataria na Internet, pela disseminação do medo contra o suposto comunismo dos candidatos da esquerda e a ameaça que representariam à democracia e aos valores cristãos.

Você nota aí alguma coincidência com a campanha de José Serra, a partir de meados de setembro de 2010?

Não?

Então vamos compilar algumas acusações, boatos e promessas que surgiram nas ruas, na internet, na televisão e nos jornais, com o objetivo de desconstruir a imagem da candidata adversária, ao mesmo tempo em que tentam atrair votos com base em mentiras e oportunismo.

Campanha terceirizada:
Panfletos pregados em periferias associaram a candidatura de Dilma a tudo o que, na ótica conservadora, ameaça a família e os bons costumes;
Panfletos distribuídos de forma apócrifa disseram que Dilma é assassina, terrorista e bandida, com argumentos dignos da época da Guerra Fria;
E você acha que isso foi iniciativa isolada de apoiadores, sem vínculo com o comando central da campanha? Sinto lhe informar, mas não é o caso: é o PSDB mesmo que financiou e fomentou esse tipo de campanha de baixo nível.

Oportunismo religioso:
- José Serra distribuiu panfletos em igrejas, associando seu nome a Jesus Cristo;
- José Serra pagou campanhas de telemarketing para associar o nome de Dilma ao aborto;
- Até hino em igreja evangélica o Serra cantou;
- José Serra começou a ir a missas constantemente, de forma tão descarada que chamou atenção dos fiéis;

Promessas de campanha oportunistas:
- O PSDB criticou o Bolsa Família durante boa parte do governo Lula; mas agora, José Serra propõe o 13º do Bolsa Família;
- O PSDB defende a bandeira da austeridade fiscal e da contenção dos gastos públicos - foi no governo FHC que se criou o "fator previdenciário"; mas para angariar votos, Serra prometeu um salário mínimo de 600 reais e reajuste de 10% para os aposentados;
- O PSDB criticou o excesso de Ministérios criados por Lula, mas nesta campanha, Serra já falou que vai criar mais Ministérios;
- O DEM do vice de Serra ajuizou ação no STF contra o ProUni, mas agora diz que defende o programa;
- O PSDB se pintou de verde para atrair os eleitores de Marina no 1º turno, mas é justamente o partido de preferência da bancada ruralista e dos desmatadores da Amazônia;

Incoerência nas acusações:
- Serra acusou a Dilma de ser duas caras, mas ele mesmo entrou em contradição sobre suas relações com o assessor Paulo Preto; Video
- Serra tentou tirar votos de Dilma dizendo que ela era favorável ao aborto, sendo que ele, como Ministro, regulamentou a prática no SUS;
- Mônica Serra chamou Dilma de "assassina de crianças", sendo que ela mesma já teve que promover um aborto;
- José Serra nega que seja privatista, mas já foi defensor das privatizações, tendo o governo FHC a deixado a Petrobras em frangalhos;
- Serra acusa Dilma de esconder seu passado, mas ele mesmo esconde muita coisa;
- A campanha de Serra lança dúvidas sobre o passado de resistência de Dilma, mas omite que dois dos seus principais apoiadores, Fernando Gabeira e Aloysio Nunes Ferreira, pegaram em armas na resistência contra a ditadura, e que ele, Serra, também militou numa organização do tipo;
- Serra associa Dilma a figuras controversas como Renan Calheiros, Fernando Collor e José Sarney, mas esconde o casal Roriz, Roberto Jefferson, Paulo Maluf, ACM Neto, Orestes Quércia e outros apoiadores nada abonadores. Aliás, antes do Indio da Costa (que aliás pertence a uma família de tutti buona gente), quem era cotado para vice dele era o Arruda, do mensalão do DEM, lembra-se?

Isso sem citar os boatos que circulam nas ruas, nos ônibus, nas conversas de bar e entre taxistas.

E então: você ainda acha que a campanha de Serra é propositiva, digna, limpa? Um candidato que se vale de expedientes tão sujos para chegar ao poder merece o seu voto?



Por fim: então por que votar em Dilma Rousseff?

Se você está disposto a dar uma chance para Dilma nestas eleições e quer saber bons motivos para tanto, remetemos aos três textos abaixo.

http://napraticaateoriaeoutra.org/?p=7171

http://www.amalgama.blog.br/10/2010/para-voce-que-nao-votou-na-dilma/ (especialmente para quem votou em Marina no 1º turno)

http://www.revistaforum.com.br/blog/2010/10/10/frei-betto-dilma-e-a-fe-crista/ (se você acha que a questão religiosa importa, quando bem utilizada no debate eleitoral)

Boa leitura e boa reflexão: e um desejo para que a campanha, doravante, seja marcada pelo debate de projetos de país, propostas concretas e dados, não por calúnias, boatos e achismos.

Como seria...

A capa da Veja em 1888?

sábado, 25 de setembro de 2010

A verdadeira biografia da Dilma Rousseff

A verdadeira biografia da Dilma Rousseff

Por  Kelly Girão 13/09/2010

Maressa Vieira, Engenheira e Professora
Nesta altura em que a campanha política ganha um rumo extremamente interrogativo quanto à verdade de fatos que a mídia reforça, confirmando sua tendência de apoio, cumpre-me lembrar aos brasileiros ainda indecisos que, não obstante as posições político partidárias pessoais, os números afirmam que jamais se verificou no Brasil um boom econômico como no governo Lula e nenhum presidente teve tanta projeção no cenário internacional. Que Lula faz um governo populista? Posso dizer que ainda bem que surgiu alguém com o compromisso de minimizar a pobreza existente, afinal, vivemos numa democracia.

Antes e durante o governo Lula muito se falou do “analfabeto” e o que ele conseguiu nesses dois anos de mandato exprimem que determinação, vontade política de reversão do quadro em que o Brasil estava é questão de assumir, independentemente da questão intelectual, um projeto de transformação no país. Esse mérito é do Lula.

Agora os opositores reclamam que Dilma que não tem experiência. Que tipo de experiência seria necessária para esta mulher estar preparada para governar o Brasil? Diante do exposto no histórico de vida da Dilma, convém observar que se trata de uma bela biografia. Ela sempre foi política, envolvida numa luta para e pelo Brasil, um Brasil em que os seus filhos tivessem direitos: à liberdade, em especial. Mas, reportando-me aos tempos da formação da equipe de governo do Lula, Dilma estava lá e se preparou obviamente; Lula percebeu seu potencial e a lançou candidata. Ele pensa no Brasil e à Dilma confia o legado que construiu. Dilma tem luz própria e entende de política, de metas, de visão de futuro, discute com propriedade qualquer tema.
Que pensar do governo de uma mulher? Não vejo preconceito acentuado; acredito em um novo olhar sob como “atacar” pontos que transformem significativamente o Brasil para que o caminho se torne ainda mais promissor, como educação, saúde, pois é função do governo proporcionar o desenvolvimento. Somos cientes dos avanços, uns lentos, mas em geral o Brasil tem melhorado em vários aspectos e isso gera otimismo.
Penso que a maioria das pessoas carrega certa preocupação quando imagina o país desvinculado do trabalho feito por Lula, julgando não ser privilégio tal atenção inerente às carências nunca atendidas antes desde este governo e, deparando-se com tal dúvida, depositarão a esperança de uma economia estável sob o comando de Dilma. Além disso, como em quatro anos teremos a Copa do Mundo, muitos projetos de infraestrutura devem ser aplicados, com o apoio da iniciativa privada também, enfatizando que mais políticas públicas englobam o processo democrático de forma mais forte e ampla.
As tendências das pesquisas em favor de Dilma Rousseff apontam crescimento e com isso, fica mais próxima a confirmação da onda vermelha no Brasil – PT!

Precisa falar algo?

Campanha Anti-Lula

Piti de Serra